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ARTIGOS PUBLICADOS

O Rei e o Sábio - Uma Fábula

  • Foto do escritor: Luiz Carlos Famadas Jr
    Luiz Carlos Famadas Jr
  • 8 de mai. de 2018
  • 2 min de leitura

Diz a lenda, que há muitos séculos havia um Rei conhecido por suas maldades. Todos os condenados à pena de morte sempre recebiam a visita desse Rei na véspera da data marcada para a execução. O Rei gostava de fazer apostas com seus condenados. Ele sempre propunha que caso o condenado ganhasse a aposta, ficaria livre da execução. Mas ninguém jamais ganhou.


O problema é que o Rei, como característica de seu sadismo, fazia apostas forjadas. Impossíveis de serem perdidas por ele. O prazer do Rei era encher o prisioneiro de esperança, para depois executá-lo.


Certa vez, um sábio curandeiro fora condenado à forca. A alegação do Rei era que ninguém poderia ser mais sábio que ele próprio. Nesse caso, o sábio fora condenado à pena capital sob a alegação de prática de bruxaria.


Na véspera de sua execução, o sábio – como era esperado – recebeu a visita do Rei, que lhe fez uma proposta: Ofereceria a ele dois pedaços de papel dobrados. Num deles estaria escrita a palavra “VIDA” e no outro a palavra “MORTE”. O sábio deveria escolher um dos papéis. Caso tirasse a palavra “VIDA” escaparia da execução. Mas seria enforcado se tirasse o papel com a palavra “MORTE”.

O Rei disse que retornaria no dia seguinte, minutos antes da execução, para cumprir a aposta.

O sábio sorriu um pouco aliviado. Antes, ele tinha 100% de certeza que seria morto. Porém, após a proposta do Rei, haveria uma chance de 50% dele escapar da forca.


Seu colega de cela, um antigo condenado à prisão perpétua, já sabendo da desonestidade do Rei, alertou o sábio: - “Ninguém escapa das apostas do Rei. Na verdade, ele trará amanhã dois papéis com a palavra “MORTE” escrita em ambos. Não haverá hipótese de você tirar a palavra “VIDA”.


Após ouvir o alerta do colega de cela, o sábio deu um imenso sorriso e disse: -“Eu que achava que tinha 50% de chance de escapar da forca, agora estou transbordando de felicidade. Após seu aviso, passei a ter 100% de certeza de que não serei executado”.


O colega de cela pensou que o sábio havia enlouquecido, tamanha a bobagem que ele falara. Virou-se para o lado e foi dormir.


No dia seguinte, faltando pouco tempo para a execução da pena, o Rei aparece com os dois papéis dobrados. Estende as mãos e manda o sábio escolher um. O sábio escolhe seu pedaço de papel. Sem abrir, o coloca na boca e engole.

O Rei, furioso, grita: -“Idiota! E agora? Como saberemos qual o papel que você escolheu?”

Ao que o sábio responde: -“Simples. Basta ver qual papel ficou em vossa mão”.


* * *


Diante do risco de ser desmascarado, o Rei não teve outra alternativa senão absolver o sábio da sentença de morte.


* * *


Essa fábula é atualíssima. Quantas vezes passamos por testes na vida? Quantos desses testes não foram revestidos de maldades ou pegadinhas?

Seja na vida pessoal, ou na corporativa, diariamente somos testados. Algumas vezes, na melhor das intenções, para mostrarmos preparo em situações adversas. Outras vezes por simples maldade, sob a forma de rasteiras.

Devemos aprender a sair desse tipo de situação com sabedoria. Perder a calma é entregar o ouro ao bandido.


Que sejamos na vida sempre sábios. E que se um dia nos tornarmos Reis, que levemos para o trono a nossa sabedoria e não a tirania.

 
 
 

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